No Forte de São Julião da Barra, no magnífico terraço sobranceiro ao mar, o Presidente líbio poderá apreciar durante o seu acampamento por Portugal uma peça em excelente estado de conservação, apesar de estar há meio século ali. Trata-se de um relógio de sol, da autoria do General Henrique Pereira do Vale e que, além de um quadrante afinado para Lisboa, com respectivo gnómon, tem ainda quadrantes afinados para se poder ler a hora solar verdadeira na Ilha das Flores, nos Açores; em Luanda; Lourenço Marques (Maputo); Goa; Macau e Timor. O quadrante respeitante a Lisboa tem ainda um segundo gnómon, que indica a evolução anual do Zodíaco. A circundar a peça, a frase de Camões “Cujo alto império o sol em nascendo vê primeiro” (Lusíadas, Canto I). Pereira do Vale (1889-1974), engenheiro de formação, esteve na batalha de La Lys, na I Guerra Mundial, foi director do Colégio Militar e, ao longo da sua carreira de militar, investigou paralelamente dois temas – a artilharia histórica dos exércitos portugueses (de que foi e ainda é uma autoridade) e a gnomómica. Neste último caso, projectou e construiu dezenas de relógios de sol, nomeadamente para Afonso Lopes Vieira, de quem foi amigo. Se Khadafi vir a peça, e lhe traduzirem o significado, esperemos que não fique demasiado chocado com o seu tom “imperialista” e “colonialista”.
relógio; do latim horologium < Gr. horológion < hóra, hora + légo, dizer. s. m., instrumento para marcar as horas, os minutos, etc. de entre eles, apenas nos interessam os relógios históricos e entre eles os mecânicos e os de sol, já que dos astronómicos nem vê-los por cá. em Lisboa o panorama é mau, pelo estado de abandono, uns, pela ignorância e desprezo com que são tratados, outros. vamos dar tempo ao tempo e ver se chegamos a horas para alguns deles.
Thursday, December 6, 2007
O relógio de sol que Khadafi poderá apreciar
No Forte de São Julião da Barra, no magnífico terraço sobranceiro ao mar, o Presidente líbio poderá apreciar durante o seu acampamento por Portugal uma peça em excelente estado de conservação, apesar de estar há meio século ali. Trata-se de um relógio de sol, da autoria do General Henrique Pereira do Vale e que, além de um quadrante afinado para Lisboa, com respectivo gnómon, tem ainda quadrantes afinados para se poder ler a hora solar verdadeira na Ilha das Flores, nos Açores; em Luanda; Lourenço Marques (Maputo); Goa; Macau e Timor. O quadrante respeitante a Lisboa tem ainda um segundo gnómon, que indica a evolução anual do Zodíaco. A circundar a peça, a frase de Camões “Cujo alto império o sol em nascendo vê primeiro” (Lusíadas, Canto I). Pereira do Vale (1889-1974), engenheiro de formação, esteve na batalha de La Lys, na I Guerra Mundial, foi director do Colégio Militar e, ao longo da sua carreira de militar, investigou paralelamente dois temas – a artilharia histórica dos exércitos portugueses (de que foi e ainda é uma autoridade) e a gnomómica. Neste último caso, projectou e construiu dezenas de relógios de sol, nomeadamente para Afonso Lopes Vieira, de quem foi amigo. Se Khadafi vir a peça, e lhe traduzirem o significado, esperemos que não fique demasiado chocado com o seu tom “imperialista” e “colonialista”.
Obrigado, Fernando !
ReplyDeleteFiz uma tradução da sua informação para os Alemães !
Ralf