O exemplar que agora é devolvido à cidade, devidamente restaurado e reparado, é um relógio francês do final do séc. XIX, início do séc. XX, da firma Prost Frères, mais tarde adquirida por Francis Paget et Cie. Tanto a primeira como a segunda assinavam as suas obras com “P. F.”, iniciais que se podem ver nos suportes do mecanismo. A chamada relojoaria grossa, monumental, de torre ou pública teve forte tradição na região francesa do Jura, nomeadamente em Morèz, uma pequena cidade junto ao rio Bienne, onde a Prost Frères e depois a Francis Paget estavam instaladas. Portugal foi um bom cliente da relojoaria grossa e média de Moréz du Jura, havendo dezenas, se não centenas de exemplares desse tipo espalhadas pelo país.
O Convento do Carmo já tinha tido relógio, antes da instalação deste exemplar. Nos Arquivos da Câmara de Lisboa encontra-se um contrato assinado em 1872, onde um grande relojoeiro do séc. XIX português, Veríssimo Alves Pereira, se compromete a aproveitar e a concertar algumas peças de um antigo relógio do Convento que, tal como este, assinalava as horas e as meias horas. O bater das horas do Carmo é citado em dois trechos de A Relíquia, de Eça de Queiroz, (1887). Desta antiga máquina, não há hoje rasto.
No século XX há indicação de que o relógio do Carmo era importante para a comunidade do pequeno comércio que fazia da zona o bairro mais chique da cidade. O seu bater de horas regulava o abrir e fechar de taipais, a ida para almoço de caixeiros e patrões. Sabe-se que uma associação de comerciantes da Rua do Carmo teve durante décadas a seu cargo a manutenção do relógio, que depois ficou parado. Hoje, é devolvido à Baixa mercê do trabalho de recuperação e restauro de Luís Cousinha, neto de um outro grande construtor de relojoaria grossa do século XX português, Manuel Francisco Cousinha.
O Convento do Carmo já tinha tido relógio, antes da instalação deste exemplar. Nos Arquivos da Câmara de Lisboa encontra-se um contrato assinado em 1872, onde um grande relojoeiro do séc. XIX português, Veríssimo Alves Pereira, se compromete a aproveitar e a concertar algumas peças de um antigo relógio do Convento que, tal como este, assinalava as horas e as meias horas. O bater das horas do Carmo é citado em dois trechos de A Relíquia, de Eça de Queiroz, (1887). Desta antiga máquina, não há hoje rasto.
No século XX há indicação de que o relógio do Carmo era importante para a comunidade do pequeno comércio que fazia da zona o bairro mais chique da cidade. O seu bater de horas regulava o abrir e fechar de taipais, a ida para almoço de caixeiros e patrões. Sabe-se que uma associação de comerciantes da Rua do Carmo teve durante décadas a seu cargo a manutenção do relógio, que depois ficou parado. Hoje, é devolvido à Baixa mercê do trabalho de recuperação e restauro de Luís Cousinha, neto de um outro grande construtor de relojoaria grossa do século XX português, Manuel Francisco Cousinha.
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