Monday, July 27, 2009

Roteiro da Ciência e da Técnica em Lisboa


O Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva acaba de comemorar 10 anos e, para assinalar a data, editou um roteiro, convidando a um deambular por Lisboa, à descoberta da Ciência e da Tecnologia.

São 14 propostas, para um olhar diferente sobre a cidade, sugerindo-se percursos a pé, para residentes e forasteiros. Quanto às áreas do Tempo, da Cosmologia à Gnomónica, sabe onde fica o Meridiano Zero da capital, que durante muitos anos marcou a Hora Oficial do país? Ou que a Esfera Armilar, representação ptolomaica do mundo, presente por toda a cidade, está muitas vezes mal construída, com a Banda do Zodíaco inclinada de menos? Ou que o relógio da Hora Legal, ao Cais do Sodré, está a cumprir finalmente a sua missão, dando a hora exacta ao público? E onde se podem encontrar exemplares de Relógios de Sol na capital?

Estas perguntas, bem como outras sobre os Jacarandás, o Estuário do Tejo, a Baixa Pombalina, os Eléctricos, os Chafarizes, o Grande Aterro, o Lioz, ou os Elevadores poderão ser respondidas, sempre com base científica, neste Roteiro do Pavilhão do Conhecimento. Até a Luz de Lisboa, essa realidade tão subjectiva de que todos falam, está aqui explicada cientificamente.


O Pavilhão do Conhecimento pretende editar mais Roteiros (em versões portuguesa e inglesa), dedicados agora aos Locais do Conhecimento, aos Sabores da Cidade, às Pedras e Colinas. Sempre vendo Lisboa de forma diferente do habitual, com os olhos da Técnica e da Ciência.

Thursday, July 23, 2009

Repara e restaura o património das horas

In Jornal de Notícias (23/7/2009)
JSANDRA BRAZINHA


«Relógio do arco da Rua Augusta está entre os muitos que Luís Cousinha já restaurou.

A construção de um relógio não representa qualquer mistério para Luís Cousinha. Foi bem cedo, aos 16 anos, que começou a aprender um ofício herdado do avô: restaurar e montar relógios de torre.

"A relojoaria mecânica, férrea ou monumental não tem nada a ver com os relógios de pulso", esclarece o relojoeiro, de 62 anos, que tem uma oficina na Marisol, Charneca de Caparica, em Almada.

A escolha foi feita logo após ter concluído o ensino secundário. Mesmo com outras opções, decidiu dar continuidade ao negócio da família. "O meu avô pediu-me para não deixar isto e eu, na altura, disse ao meu pai que abdicava de um curso superior. Não estou nada arrependido", confessa, recordando que antes do 25 de Abril a empresa familiar, com sede em Almada, tinha entre 12 a 15 empregados. "O curso que eu tenho é a vida e os ensinamentos que o meu avô me transmitiu e os técnicos que trabalhavam com ele", conta.

Para além de mecânica, há que perceber de serralharia, soldadura, carpintaria e pedraria. "Somos polivalentes. Fazemos o nosso serviço e o dos outros. Já cheguei a abrir roços nas paredes. É muito duro", realça, mostrando-se orgulhoso, porém, por conhecer o país de lés a lés.

A relojoaria mecânica é tanto exaustiva como benfeitora. "Isto dá um trabalho dos diabos, mas tudo montado fica realmente uma peça bonita", enaltece Luís Cousinha, cujos filhos não se sentiram atraídos pelo ofício.

"A profissão está em vias de extinção. Como eu, devem haver uns dois ou três no máximo", refere Cousinha, que entre os seus dois colaboradores já tem um seguidor, um jovem de 22 anos com quem trabalha há três anos. "Vai fazer carreira mesmo e no final do ano vou enviá-lo para um curso de relojoaria para adquirir cultura geral, porque para relojoaria mecânica não há cursos nem mercado", diz.

Apesar de hoje em dia grande parte dos relógios de torre funcionar autonomamente com mecanismos computorizados, o trabalho não falta a este homem. As encomendas que recebe anualmente não são, contudo, suficientes para que dedique todo o tempo à restauração de artigos que considera um património. "Não há nenhuma firma que possa viver fazendo cerca de três restauros por ano", queixa-se, dizendo trabalhar ainda em relojoaria computorizada e na área da informática.

"Há muita gente que não considera isto património. Mas ainda temos no país determinadas pessoas com responsabilidades a nível local que se interessam por estas coisas", salienta. Por restaurar, Luís Cousinha tem um relógio de Vila de Frades, Vidigueira, e um outro de Salva Terra do Extremo, Idanha-a-Nova.

Este relojoeiro, responsável pelo restauro do relógio do arco da Rua Augusta, em Lisboa, irá recuperar ainda este ano os relógios de torre do antigo edifício dos Paços do Concelho de Almada e da Base Naval do Alfeite.

Os restauros, que custam entre 2500 a 3000 euros, demoram em média sete meses, mas durante um ano é sempre necessário fazer rectificações. Já um relógio de torre novo pode atingir os 100 mil euros. "Eu era capaz de fazer um relógio, porque tenho moldes de todas as peças. Demorava um ano, mas fazia-o de raiz", garante Luís Cousinha.»

...

O problema, Sr. Couzinha, é que o relógio do Arco da Rua Augusta está sistematicamente parado ou com as horas trocadas. Ou seja, NÃO ESTÁ REPARADO. Ou seja, ainda, foi dinheiro deitado ao lixo.

Monday, July 20, 2009

Apareceu terceiro Horas Universais de Veríssimo Alves Pereira

Até agora, sabia-se de três relógios de Horas Universais concebidos e fabricados por uma figura fascinante da Indústria e da Técnica do séc. XIX português: Veríssimo Alves Pereira. Mas só se conhecia o paradeiro de dois.

Apareceu recentemente um novo exemplar. Está tudo em
http://estacaochronographica.blogspot.com/

Friday, July 17, 2009

Chegado por e-mail:







Sr. Paulo Ferrero

Tenho o prazer de enviar-lhe algumas fotos do relógio monumental de torre que construí para o quartel general de Évora, por encomenda do Sr. general Vaz Antunes. Iniciei os trabalhos em Janeiro e terminei agora em fins de Junho. Está já a funcionar e em finalização de eferimento horário. A armação, ou gaiola, foi aproveitada de um antigo relógio ali existente, cujas peças desapareceram. Todo o projecto e construção de peças da actual máquina foi de minha inteira e exclusiva autoria.

foto 018 - vista da máquina em finais da construção
foto 019 - idem
foto 05 - já terminado em oficina
foto 012 - pormenor do mostrador de serviço
foto 016 - já colocado e a funcionar no CID do Exército em Évora


Com os meus melhores cumprimentos

Hermínio de Freitas Nunes

Saturday, July 11, 2009

Viagem pela relojoaria da colecção real

A italiana Maria Pia de Bragança (1847-1911), mulher de D. Luís, é a grande responsável pela colecção de relógios da Casa Real portuguesa. Com o advento da República, todos os que foram considerados objectos pessoais foram devolvidos aos Bragança, enquanto os que foram considerados pertença do Estado ficaram espalhados pelas várias residências reais. O acervo mais importante, cerca de 80 peças, encontra-se no Palácio da Ajuda. Cronologicamente, a colecção pode balizar-se entre os finais do século XVII e os últimos anos do século XIX, entre relógios de sala, de secretária, de bolso, de transporte ou jóias e adereços. Há ainda um núcleo de relógios de sol e bússolas.

No sábado, 18 de Julho, a partir das 15h00, há uma visita guiada pelo conjunto de peças do palácio. Mais informações e inscrições em www.clubedosentas.com/, por email - eventos@clubedosentas.com ou pelo telefone: 96 0055526 ou 91 2839833

Tuesday, July 7, 2009

Relógio de sol / âncora de Belém poderá vir a ser dentro em breve recuperado

É um dos mistérios com que os turistas se debatem, na Praça do Império, em frente aos Jerónimos, em Lisboa: para que serve aquela âncora ali especada, no meio da relva? Será escultura? Será arqueologia industrial? Não. A âncora é o gnómon (ponteiro) de um relógio de sol, que só está completo se no chão estiverem traçados os segmentos correspondentes às horas do dia. Esse era aliás o aspecto original, quando este relógio de sol foi feito, no contexto da Exposição do Mundo Português, em 1940. Hoje, a relva está toda por igual, mas originalmente ela fazia efeitos, entre o claro e o escuro, em segmentos, podendo assim ler-se as horas. Sabemos que o Pavilhão do Conhecimento, no âmbito do programa Ciência Viva, está a negociar com a Câmara a maneira de voltar a ter a relva a funcionar como um verdadeiro quadrante (mostrador). Esperemos que a parceria funcione e, finalmente, ao fim de décadas, a âncora volte a dar horas com a sua sombra.