Saturday, December 15, 2007

Lembra-se deste?


Marcel Proust, um dia, terá escrito uma surpreendente verdade intuitiva mas que não lembraria ao diabo escrever: «Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um Homem». Nem os dias nem os anos. Nem para o homem nem para os locais. Veja-se, por exemplo, a diferença deste local de relógios em Lisboa, ali mesmo junto do aeroporto. Quando era miúdo e se vinha a Lisboa de carro e em carros diferentes, a combinação à partida era sempre: «O primeiro que chegar à Rotunda do Relógio, espera». Ou então, as combinações com a família: «Não sabe cá vir ter a casa. Não há problema. Eu estou na Rotunda do Relógio à sua espera». Um local cheio de injecções de memórias minhas... E tinha aquela belíssima ideia para relógio «de relva». Mecânico. Agora também há ali horas. Há um relógio, claro. Electrónico, suponho. Mas desconsola-me. Sem saudosismo.

5 comments:

Fernando Correia de Oliveira said...

Alguém, nos seus arquivos pessoais, terá fotografias desde carismático relógio floral? penso que a imagem que apresenta é de um trabalho sobre a memória do aeroporto da Portela. Já procurei nos arquivos fotográficos da câmara, e também nada. Os relógios florais são frequentes na Europa, mas em Portugal só conheço este e um que estava à entrada da Cova da Piedade, e que também desapareceu, estando agora no seu lugar uma modernaça torre de plástico. Alguém terá fotografias desse? é que a câmara de Alamada também não tem...

portugalmania.de said...

E esse a fotografía que procura-se? http://www.flickr.com/photos/21971004@N08/2118277721/

Gilbert

Fernando Correia de Oliveira said...

Boa noite, caro Gilbert

São fotos deste tipo, sim, que ando à procura. Posso usá-la no Observatório? quem é Lisa Bergheim? se quiser usar foto com alta definição, dando crétido à autora, onde posso obtê-la?

obrigado

portugalmania.de said...

Este fotografía foi retirada do Arquivo Municipal de Lisboa.

Há mais imagens no banco de imagens do arquivo municipal:

- Relógio da Rotunda do Aeroporto, 1967, por João Brito Geraldes
- Obras para a colocação do relógio, por Artur Goulard (sem data)

Gilbert

isabel tiago said...

Desculpem-me a ousadia mas eu cresci com o antigo. Nada se compara.